quarta-feira, 29 de junho de 2016

Amanda Vaz: a fenômena do laço comprido

Nascida em Pilar do Sul - interior de São Paulo e com apenas 19 anos de idade, Amanda Vaz segue fazendo bonito no laço comprido e deixa marcas por onde pisa. Já são cerca de 500 a 600 prêmios em sua trajetória, incluindo quatro carros, 15 motos e além de ser campeã no braço de ouro no estado de Goiás, Expointer nos QM, Potro do Futuro e os títulos que conquista ao lado de seu pai, que também é um grande e consagrado laçador, Vanderlei Vaz. O Entre os Tentos foi atrás de Amanda que mostrou que antes de ser uma baita laçadora é humilde, o que é essencial para uma campeã como ela. Confira:

Blog:Com quantos anos começou a laçar?


Amanda: Comecei a laçar desde muito pequena na vaca parada, com quatro ou cinco anos. Aos seis anos fui á um rodeio no Paraná com meu pai e ganhei um prêmio que para as crianças era considerado importante. A partir dali montei a cavalo e a cada dia que passa minha paixão pelo laço comprido só aumenta.


Blog: Como surgiu o gosto por laçar e quantos anos tinha?

Amanda: Acredito que o gosto por laçar já nasceu comigo, e desde que eu descobri esse esporte, ou seja, desde que consegui levantar o laço, nunca pensei em troca-lo por nada!

Blog: Teve alguém que tenha te apoiado ou te inspirado? Se sim, quem?

Amanda: Sim, meu pai, Vanderlei Vaz, um multi-campeão dos rodeios, que já se consagrou com os maiores títulos que o laço poderia oferecer, e não teve onde ele pisou e não deixou o seu nome marcado! Tenho muito orgulho de tudo que ele representa não só como laçador mas como pessoa, com um exímio caráter e uma humildade sem tamanho, sempre me mostrando o valor da determinação, da garra, da persistência e do foco, em tudo que vamos fazer na vida! Meu sonho é poder um dia representar para alguém o que ele representa para mim e para muitos que são fãs dele e que se inspiram nele para escrever a sua história! Além disso, não posso deixar de salientar a importância da minha mãe nessa caminhada, que sempre está ao nosso lado e que com muito carinho é a base essencial da nossa família, se não fosse por ela nada seria possível! Destaco também minha irmã mais nova que está seguindo os nossos passos e sempre está conosco em todas as viagens! Sem dúvida a família é o bem maior, que nos faz lutar pelos nossos ideais.


Blog: Entre tantas vitórias, qual foi a que mais te marcou e porquê?



Amanda: Várias marcam, principalmente aquelas onde estão reunidos os melhores laçadores. As que eu tenho um carinho especial são as conquistas do Internacional de Vacaria ( Bi campeã de prenda - 2012 e 2014), e principalmente o título de campeões de pai e filha, em 2014! O ano de 2014 me marcou muito pq sai da Vacaria com dois títulos de campeã! Além desses, no duelo individual em Ipê, na pista do Brina, onde eu era a única mulher escrita, e tive uma sequência de 80 armadas no meio de gigantes do laço! Nessa mesma oportunidade consegui laçar o boi Karkará e o boi Urutú, da tropa do Firmino, armadas que também não me saem da memória! E agora a conquista da caminhonete foi muito marcante, a disputa contra as melhores duplas do Brasil, destacando que encontrei lá um pessoal que admira muito a mulher a cavalo e por outro lado homens que não concordam com a ideia de que uma mulher pode sim fazer o que um homem faz e chegar onde quiser! Era um sonho meu essa conquista, e assim como cheguei lá, qualquer pessoa, independentemente de gênero, pode chegar!

Blog: Como é sua rotina fora dos rodeios?



Amanda: Além de laçar eu sou estudante de direito e faço estágio no Tribunal de Justiça! Minha rotina é bastante corrida! Dois dias por semana faço Pilates para cuidar do corpo evitando as dores por conta do laço!


Blog: Além dos rodeios, tem planos para teu futuro? Quais?



Amanda: Tenho planos sim, além de sonhar com muitas conquistas no laço e ter vontade de mais p frente transmitir tudo que sei para outras meninas e outras gerações, quero ser juíza de direito!


Blog: Ao total foram quantos prêmios que já conquistou? Tem uma base disso?


Amanda: Não sei dizer exatamente, mas gira em torno de 500, 600 títulos! Como já destaquei acima os mais importantes, além daqueles os 4 carros que ganhei, cerca de 15 motos, esses prêmios maiores sempre marcam, os individuais que dão 30,40,50 armadas na disputa, os 2 títulos de braço de ouro do estado de Goiás, Expointer nos QM, Potro do Futuro em Campo Grande, e os títulos que conquisto ao lado do meu pai também são muito importantes!



Blog: O que seu namorado representa pra ti por além de ser teu namorado também ser teu parceiro de vitórias em rodeios?




Amanda: Ele representa muito, pois antes de ser meu parceiro de laço somos parceiros na vida, e isso é muito importante! Na hora de competir, a união que temos e a nossa determinação em ver um a felicidade do outro eu acho que conta muito! Ter uma pessoa que olha para o mesmo horizonte que você, que decide lutar ao seu lado pelos mesmos sonhos é de uma contribuição imensa para as nossas conquistas!



Blog: Teria uma dica ou um recado para quem sonha em chegar a esse patamar?




Amanda: Basta ter foco, determinação, que a gente chega onde quer! Não existe o impossível, quando temos vontade e acreditamos que vale a pena, não podemos deixar que nada impeça a realização dos nossos sonhos!
Em especial para as meninas e mulheres, que nunca tenham medo, por serem mulheres! Temos a mesma capacidade e podemos sim disputar de igual para igual!
Acredito muito em Deus e quando tenho vontade de buscar algo sempre entrego nas mãos dele para que ele conduza, se for p ser meu vai dar certo!
Amanda Vaz e seu namorado






Amanda Vaz além de ser uma pessoa muito inteligente e que corre atrás de seus sonhos, sabe muito bem lidar com a "fama" e entende que a humildade vem acima de tudo em uma pessoa. Parabéns, Amanda por ser quem tu é. Foi uma honra entrevistá-la!

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Uma entrevista com o Narrador Tiago Baggiotto

Nascido em Segredo-RS, formado em Direito, com Pós-Graduação em Gestão Universitária, Tiago Baggiotto carrega uma história bonita como narrador. São entre 30 a 40 rodeios por ano. E cerca de 500 rodeios como narrador já passaram por sua vida. Por onde ele passa deixa sua marca como um exemplo de humildade e, principalmente, uma grande e talentosa voz, que deixa a magia do rodeio ainda mais brilhante. É claro que o blog Entre os Tentos não podia deixar passar de entrevistar um grande talento da nossa "casa". Confira a entrevista espetacular com Baggiotto:

Blog: Como surgiu o gosto por narrar rodeios?

Baggiotto: Sempre gostei demais de tudo que fosse relacionado á tradição Gaúcha. Minha paixão por cavalos surgiu desde que me conheço por gente. Então sempre me envolvi com tudo relacionado: cavalos, danças, música. Modéstia parte, sempre tive aptidão vocal, então ficou fácil a reprodução mesmo de brincadeira de narração. Era criança ainda, ficava o dia todo treinando vaca parada e simulando finais de rodeio. Imitava grandes laçadores e narradores enquanto passava tardes laçando. E então surgiu a oportunidade de narrar.

Blog: Lembra quando e qual foi teu primeiro rodeio como narrador?

Baggiotto: Em 1993, eu tinha 14 anos, num rodeio do CTG Estrela do Pago, em Estrela Velha. Nessa época, ainda não era de forma profissional. Ainda se fazia rodeios com gado emprestado, um modelo ainda muito baseado em amizade, troca de favores e visitas. Eu laçava, dançava em invernada, tocava violão e cantava, fazia de tudo que era possível por gosto. E aí surgiu a oportunidade de narrar as primeiras armadas e gineteadas.

Blog: Quando percebeu que realmente tinha talento para narrar?

Baggiotto: Não por falsa modéstia, mas é difícil e até mesmo creio não soar bem falar de si mesmo. Sempre primei por ser humilde e buscar o resultado e avaliação nas pessoas que eu tinha referência como pessoas, laçadores e narradores. E o retorno positivo dessas pessoas que eu admirava me levaram a acreditar no meu potencial e seguir em frente nessa profissão, que tantas alegrias me proporciona.

Blog: Como narrador carrega uma grande responsabilidade de transmitir para todos a emoção do rodeio, principalmente, nas finais como, por exemplo, a final do Camaro e tantas outras finais de deixar todo mundo arrepiado. Qual é a sensação disso tudo? De saber que depende de ti e de mais ninguém de transmitir o que todos estão sentindo naquele momento?

Baggiotto: Sim, isso é uma grande máxima do narrador, muito bem colocado por vocês: carregamos uma grande responsabilidade de transmitir a emoção do rodeio. E isso serve de estímulo para ser cuidadoso, para que de uma forma respeitosa narrar, transmitir, explicar, emocionar. É verdade que há muitos narradores em muitos estilos, variando também isso de acordo com o gosto de cada um. Mas eu sempre primei por tentar ser claro no amplo sentido, pros laçadores, pro público que assiste, que nem sempre sabe exatamente o que acontece no momento do rodeio. A responsabilidade faz com que eu me esforce ainda mais para fazer aquilo como deve ser feito, com dedicação e seriedade.

Blog: É engraçado como os que estão "de fora" conseguem perceber que tu se emociona junto com a gente. Aquela final do Camaro foi uma prova disso. E falando daquela disputa acirrada, pode nos contar o que sentiu como narrador quando foram ficando poucas duplas, entre elas Ricardo Severo e Mateus Santos?

Baggiotto: Mas é isso mesmo, as palavras emocionadas são o reflexo do que eu estou sentindo no momento. Tomando como exemplo a final do Camaro, onde ficaram entre as três melhores nossos garotos daqui de Santa Cruz do Sul, Ricardo Severo e Mateus Santos, até mesmo quem é de fora aceita numa boa e respeita uma "torcida para a dupla da casa". Isso sempre de uma maneira não tão parcial e, principalmente, não provocativa. De uma maneira respeitosa, a gente carrega todos os laçadores para uma glória, e pra quem perde, as palavras do narrador também podem ser de consolo. E essa final era muito especial por esses meninos terem uma ligação muito grande comigo e com a cidade. Foi um momento que eu vou guardar para o resto da vida.

Blog: Teve alguém que te deu apoio e incentivo para começar a narrar?

Baggiotto: Na verdade não a começar a narrar, que isso foi meio espontâneo como comentei na outra resposta, quando ainda era piá. Mas um grande amigo que me deu muita força a seguir como profissional, e a quem devo muito é o nosso amigo Téo Santos. Logo que cheguei aqui em Santa Cruz do Sul, foi com ele que comecei a narrar, e sempre tive portas abertas na cabine de narração e na sua casa.

Blog: Hoje, sendo considerado como uma das maiores vozes do rodeio, sendo convidado a ir narrar rodeios importantes como Vacaria e até fora do estado, qual é o sentimento?

Baggiotto: O sentimento é de honra, orgulho e agradecimento. Mas isso não me leva a acomodação, pelo contrário, busco cada vez mais o aperfeiçoamento e com dedicação aprimorar fazendo com muito gosto tudo que estiver ao meu alcance, pois cada história é única.

Blog: Qual o segredo para esse talento?

Baggiotto: Acho que na verdade não há segredo. Creio que o que me levou a esse patamar foi primeiramente o amor a tradição, o gosto pelas nossas coisas, o envolvimento com a nossa cultura, seguido pela dedicação e força de vontade e, principalmente, o comprometimento.

Blog: Qual o conselho que daria para essas novas vozes que estão surgindo e que ainda irão surgir?

Baggiotto: Que encarem esse caminho com seriedade e respeito. Que busquem o seu espaço com tranquilidade e dedicação, fazendo um trabalho voltado para disseminar a nossa cultura no amplo sentido.

Blog: Teve algum rodeio que mais te marcou durante essa trajetória?

Baggiotto: Cada rodeio tem tem a sua peculiaridade, poderia qualificar cada um deles com amplos adjetivos. Pelo local, pelas pessoas, pelos acontecimentos. Mas narrar a Vacaria, principalmente, quando fui pela primeira vez, foi uma emoção diferente.

Blog: Como é tua preparação quando sabe que no final de semana tem rodeio para narrar? Te prepara durante a semana ou chega na hora e vem tudo na cabeça?

Baggiotto: Creio que o grande diferencial do sucesso do narrador seja a capacidade de percepção, de aproveitar a oportunidade, de pegar o "pulo-do-gato". Eu busco alguns recursos anteriormente, mas a maioria das coisas é na hora mesmo. Até mesmo diante da quantidade de fatos e acontecimentos, seria impossível algo pronta ou ensaiado.

"Gostaria de encerrar dizendo da alegria em poder fazer o que faço. Cada acontecimento reverbera esse sentimento de orgulho. Coisas como ver a criação do Blog e Página ENTRE OS TENTOS, bem como ser chamado a dar minha participação, me fazem sempre acreditar na continuidade da nossa Cultura e da nossa Tradição, que sempre me levam a contribuir com muito gosto. Sempre digo que nós temos a responsabilidade de deixar para as nossas futuras gerações tudo aquilo que recebemos dos nossos antepassados. Boa sorte e contem sempre comigo para o que for preciso, entendendo essa mensagem á todos que lerem essa pequena história de vida do narrador Baggiotto. Muito obrigado!"

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Prazo do Mormo é ampliado

Muito se ouviu falar sobre a doença do Mormo que atacava equinos, e alguns casos, supostamente, foram confirmados, levando a sacrificar os animais contaminados. O problema é que a doença gerou uma grande polemica por parte dos criadores de cavalos, que não aceitavam que o mormo realmente existia no estado.
A norma estabelecida pela Secretaria Estadual da Agricultura era de serem feitos exames de dois em dois meses diagnosticando se o animal tinha a doença ou não. No caso do animal não ter o exame resultaria em uma multa para o proprietário.

 Foram examinados 180 mil equinos no estado e somente 62 animais tiverem resultado positivo, o que aponta um baixo índice da existência do Mormo.  Com esse resultado o secretário Estadual da Agricultura, Ernani Polo, decidiu estender o prazo do exame de dois meses para seis meses em todo o Rio Grande do Sul. Uma boa notícia para nós que apreciamos os rodeios, cavalgadas e tudo aquilo que envolve a nossa tradição e o cavalo.