quinta-feira, 22 de setembro de 2016

André Machado – Um dos recordes da Vacaria

Há 26 anos atrás, na cidade de Panambi – RS nascia mais um dos tantos fenômenos de hoje em dia no laço comprido. Mas foi aos 4 anos que a história começou a tomar forma, ganhando seu primeiro troféu, no rodeio de Palmeira das Missões. Tudo pelo incentivo do seu avô e seu pai, que foram os responsáveis por esse grande laçador de agora.

A morte de seu pai no decorrer dessa caminhada foi difícil, mas nada o fez desistir. Ainda mais podendo contar com o apoio de seu avô que divide as pistas de laço ao seu lado até hoje. O primeiro cavalo foi presente de seu avô, se tornando um cavalo diferente dos outros e inesquecível.  Cavalo do pelo Lubuno chamado carinhosamente de “Cigano” o acompanhou dos 4 a seus 16 anos. “Era um cavalo que me ensinou tudo, era o melhor”.

 André destaca algumas vitórias marcantes que não lhe sai da memória, como o individual da Vacaria em 2008, aos 18 anos, quando ainda tinha individual, sendo o último campeão dando 63 armadas e também o título do Caminhão nos Praianos, dando 81 voltas e ficando ainda mais conhecido em sua carreira.
Diz admirar alguns narradores como Eduardo Bartz, Papapá e Neco Martins por fazer anos que acompanha o trabalho de cada um. Como laçador cita Alan Soares, que faz quase 10 anos que se conhecem. “Sempre fui amigo dele e ele é um cara muito gente boa e humilde. Para mim é o melhor do Brasil. Sempre tenta ajudar, é um amigão que eu tenho e um cara que admiro bastante”, conta.

Seu parceiro de dupla atualmente é o Ibi Riguer, ganhando muitos títulos juntos, dividindo o caminhão em Curitiba, entre vários carros em outros rodeios. A rotina de André é especialmente dedicada ao laço, depois que desistiu de sua faculdade de Medicina Veterinária, que já vinha cursando, para seguir a carreira de laçador. Mas conta que os planos atualmente é manter a sua fase boa e focar no objetivo para cada vez melhorar.

O rodeio que recomenda á todos irem é a famosa Vacaria, por ser a Copa do Mundo dos rodeios e por ser o sonho de todos que ainda não foram.  E finaliza com o seguinte recado:
Hoje em dia o que tu tem que ter é laço bom e cavalo bom e se dedicar. Se puder treinar, treinar muito porque é fundamental e ter força de vontade. Precisa lutar, ter força de vontade e ter confiança em si mesmo. Nunca pode perder a confiança no teu companheiro.  O laço hoje em dia tá muito difícil porque todo mundo laça, então é preciso dar o máximo. Nunca achar uma armada fácil porque se achar fácil, é aí que perde.




segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Os gaúchos do 20 de setembro


A data de todos os gaúchos e gaúchas tem dia certo e representa muito para nós, que somos de fato, gaúchos de verdade. Vinte de setembro tem uma grande marca e significado para todos aqueles que, desde pequenos, tem orgulho de ser do Rio Grande do Sul e que são gaúchos todos os dias do ano.
Algo que incomoda muito de ver durante o mês de setembro é os “gaúchos” que aparecem nesses dias.  De repente a pilcha sai do guarda-roupa e vai para as ruas durante a Semana Farroupilha. Repentinamente, surgem muitos gaúchos. E, justo aqueles, que nos outros dias do ano, voltam a guardar suas pilchas no armário.
A questão é que, a bombacha, o lenço, a bota e guaiaca não são fantasias, ou algo do tipo que pode ser usado e lembrado somente no mês Farroupilha. Não são brinquedo e muito menos moda. Para nós, elas representam um símbolo e um amor muito grande pela tradição. Desde pequenos, fomos ensinados e educados a respeitar e amar a nossa cultura.
Ser gaúcho de verdade é crescer no meio dessa tradição e querer criar os filhos nesse “mundo”. É jamais ter vergonha de usar a pilcha em todos os meses do ano e contar os dias para chegar o final de semana que tem rodeio.  É ter orgulho em andar toda suja de barro, cheirando a cavalo, cair tombo de cavalo e, ás vezes, até parecer um “gurizinho”, como alguns dizem. É se arrepiar ao dançar uma milonga, uma vanera ou um xote. Me desculpem, amigos gaúchos do 20, que esperam somente esse dia do ano para demonstrar o amor pela tradição, mas o respeito e paixão por nosso Rio Grande do Sul que escorrem por minhas veias, não me permitem aceitar.
Continuem tirando as pilchas do armário no mês de setembro, afinal, nada os impede. E esse desabafo não irá mudar seus pensamentos, mas de alguma forma, muitos irão me dar razão. São tantos que pensam como eu. As opiniões são diversas e claras:
“Eu fico mega chateada, sabe? Tu vê de longe na rua, principalmente mulher (não sei a razão), com uma bombacha e bota nada a ver. Fica bem claro que ela tá usando isso só porque tá perto da semana farroupilha. Mas por um lado talvez seja um começo para alguém começar a gostar e participar. Por outro lado as pessoas deviam parar de achar que por ser setembro, precisam andar pilchadas, entrar nessa onda de amor ao RS. Devem se vestir normalmente como sempre e se pilchar quando achar que devem, e não porque é o mês do gaúcho. O importante é o sentimento que cada um carrega consigo, e pra demonstrar ele não precisa de uma pilcha nova  ou coisa assim. Não precisa entrar nesse modismo.” Angélica Klafke Beatriz, 5ª Região Tradicionalista, Santa Cruz do Sul.
“Olha, não acho legal o fato de termos inúmeras pessoas posando de gaúcho apenas no dia 20, querendo ou não, muitas vezes, deixam de valorizar o que é nosso ou até mesmo desmerecem a tradição nos demais dias. Mas gosto de ver que ao menos nesta data a maioria do povo se mexe em prol da tradição”. Frederico Guerra Cassanta, 5ª Região Tradicionalista, Santa Cruz do Sul.
“A nossa tradição é algo muito valioso para nós gaúchos e o 20 de setembro é representado pelas entidades tradicionalistas de cada cidade do nosso amado Rio Grande do Sul. Para nós que levamos a diante a tradição é importante incentivar aqueles que não tem ligamento com ela e mostrar que o mundo tradicionalista é rico em todos os sentidos.” Michel Henrique Frantz, 5º Região Tradicionalista, Santa Cruz do Sul.