terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Marcos Natis – eleito melhor laçador do Mato Grosso do Sul



Aos 33 anos, Marcos Natis carrega uma bagagem cheia de vitórias no laço comprido. A pedido de terceiros por essa entrevista, fomos conversar e saber um pouco mais da história de Marcos, e aliás, nos surpreendemos pela sua trajetória no esporte classe A do Brasil. 

Tudo começou aos 7 anos de idade, com incentivo de seu pai, que foi um dos fundadores do clube do laço Florêncio José Pereira, na cidade de Antônio João. Ali, nesse clube, ele começava os seus primeiros passos no mundo do laço. “Nesse mesmo clube de laço eu ganhei o meu primeiro troféu, de categoria mirim no ano de 1990. Aí pra frente começava um sonho de fazer o que eu mais gostava: laçar”, comenta. 

Não há como não citar seu primeiro cavalo - um tordilho de campo da fazendo que ele trabalhava, chamado de Lambari. “Foi com ele que eu aprendi a laçar e fiz meus primeiros pontos, não era tão manso no brete, mas eu confiava nele e pra mim ele era um show”, destaca. 

Marcos menciona a família como as pessoas que mais o incentivaram e apoiaram para seguir na carreira de laçador. “Eles sempre estavam ali, e meu pai me cobrava muito. Pra ele eu sempre tinha que melhorar e isso sempre me deu muita força”, destaca. Ele conta que trabalhavam na fazenda e não tinha como treinar, então ele e seu irmão iam a um final de semana por mês a cavalo na cidade para poder treinar, em uma distância de 45 km. “O treino era no clube do laço Florêncio José Pereira, e nós jogava 12 armadas e voltava pra casa a cavalo à noite porque deveríamos que trabalhar no outro dia”, explica. 

Em 2008, nascia sua filha Leticia, e Marcos prometeu que como agradecimento iria ganhar um troféu de campeão individual, pois seria dedicado a ela. Então, disputou com 60 homens na Copa do Laço, em busca do título de melhor laçador do estado de Mato Grosso do Sul. “Uma final que jamais vou esquecer, com 18 voltas consegui cumpri a promessa que fiz a minha filha. Fui campeão do individual e ela com 4 meses. Com essa conquista eu consegui a vaga pra disputar  o título de melhor laçador do estado do MS, o qual no outro dia eu novamente fui campeão do título".

Um rodeio que ainda não foi, mas que pretende ir em breve é o da Fazenda São Rafael – PR. Os laçadores que admira são Alan Soares e Thaian de Ávila, que segundo ele, são pessoas mágicas com o laço e por serem muito humildes. Já como narrador, ele cita Ítalo Rodrigues do Mato Grosso e Papapa do Rio Grande do Sul, por terem domínio com as palavras e pelo profissionalismo. 

Marcos mora em uma chácara com a família e sua rotina se baseia em preparar os laços e traias para o fim de semana que vão para os rodeios. Também tem uma loja com tudo para Mandaria, Selas, mantas, freios, esporas e pelegos, que nos rodeios, além de laçar, monta a loja, ficando aos cuidados de sua esposa e filha. 

Um menino que nunca desistiu de um sonho que viveu vendo grandes laçadores e sonhando que um dia ele podia estar ali dentro, mesmo com toda dificuldade que ele passou, nunca desistiu, sem um cavalo, sem lugar pra treinar, sem um bom laço, ele estava ali sonhando. Acreditando que um dia ele ia chegar lá com Deus no coração e nossa senhora aparecida o protegendo. Ele aprendeu que tudo que vem com muito esforço, com muito suor é mais gostoso, tudo no tempo de Deus, se ele quiser vai ser seu, senão não vai ser, tem que fazer por merecer. Nada cai do céu, então como eu sempre digo
Lute
Acredita
Sonhe
Nunca desista
Porque nada na vida é fácil
Mas nada na vida é impossível. (Marcos Natis)
 AGRADECIMENTOS DE MARCOS:
Rancho Natis
CLC Parque do peão
Aras Barcelona
Mateus Goulart- o show não pode parar
Teixeira Escobar Guto Zacaria Roberto Barbosa
Vinícios ildeubrande Luiz Mario Kiko correia 



quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Os preparativos para o 5º Rodeio da Cabanha Quinhéca



Entre os dias 16 a 19 de fevereiro, Cachoeira do Sul – RS será o centro do laço comprido. Isso porque será realizado a 5º edição do Rodeio da Cabanha Quinhéca. E, mais uma vez, o evento reserva grandes emoções e surpresas. Os organizadores estão trabalhando pesado para garantir uma grande festa como nas edições anteriores. E nós, do Blog Entre os Tentos, fomos saber tudo sobre esse baita rodeio. 

O patrão, Alex Almeida, adianta algumas novidades para essa edição como, por exemplo, a melhora em algumas premiações como na dupla e no primeiro lugar da força A. “A grande novidade do 5° Rodeio é o fato do laço Rainha Dos Arrozais serem duas forças, tirando as campeãs e elas duelando entre si pra ver quem é a rainha. E acredito que o valor das inscrições ficando num total de R$400,00 por pessoa para se laçar duplas, trio e equipe também seja uma novidade positiva levando-se em conta a premiação”, revela. 

Segundo ele, é difícil prever a quantidade total dos visitantes e participantes, mas o pensamento é positivo. “Acredito que estamos fazendo um trabalho semelhante a dos anos anteriores e nosso objetivo nunca foi ser o maior, mas sim andar sempre entre os mais lembrados e isto vem dando certo. Tenho um pensamento uma ideologia, portanto acredito que andaremos se não junto muito próximo dos anos anteriores em número de equipe”, destaca.

E além de todas essas novidades, o destaque também é para a qualidade do gado, que este ano será ainda melhor. “Este ano também modificamos nosso jeito de gerir, trabalharemos com dois lotes de gado, um de sexta de manhã até sábado ao meio dia, um de sábado primeira hora da tarde até o fim do evento, ambos com uma média de 350 a 400 reais. Para termos uma melhora expressiva na qualidade e no andar do rodeio”. 

Alex garante estar confiante e com as melhores expectativas possíveis e diz se espelhar nos grandes rodeios. “Ainda somos pequenos, estamos abrindo espaço, mas sempre com os pés no chão, portanto, estamos confiantes que teremos um grande evento em 2017, com grandes laçadores, e com grande público”, avalia.
E confessa que não tem o costume de mudar muitas coisas, mas pensa que o que mais dá valor, segue igual. “É que na Quinhéca não tem raia curta, aqui se laça até quando puder e o cavalo aguentar, rodeio para todos, com chance a todos desde o fraco até o profissional”. 

Gostaria de convidar a todos para nós dias 17-18-19/02/17, voltarem ou vir pela primeira vez a Cachoeira e a nosso rodeio, sem raia curta, sem alongamento de raia, sem armada julgada, aqui se laça e se corre os 120mts da raia, e também para saborear nosso tradicional costelao no fogo de chão para todos laçadores inscritos nas equipes, desde já agradeço a todos que de uma forma ou de outra ajudam, divulgam, e que fazem o nosso evento não o maior mas um dos melhores.(Alex Almeida, patrão do rodeio da Quinhéca) 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

"Se parasse hoje já estaria realizado com o microfone”, diz Papapa

Ele tem 36 anos, é de Cachoeira do Sul – RS e narra em diversos Estados do Brasil. Mais conhecido como Papapa, Gilberto Guazzelli, dá um show na narração de rodeios há 20 anos. “Se parasse hoje já estaria realizado com o microfone”, afirma Papapa.

O gosto pela narração vem desde seus tempos de criança, porque enquanto pequeno admirava os homens que falavam para um grande público. “Acredito ser uma missão na terra, pois tenho a facilidade de narrar qualquer coisa, não só rodeio”, destaca. Mas foi aos 17 anos que tudo começou, narrando seu primeiro rodeio, do CTG Galpão de Estância, em Araranguá – SC.

“Era um rodeio internacional, eu laçava e um amigo de minha família, Zé Paim, que era o maior dos narradores, me chamou e perguntou se eu queria ser narrador. Então fui e narrei. Lá surgia o Papapa”, explica. O narrador avalia como pontos positivos dos rodeios o fato de abrir oportunidades de conhecer outras culturas, lugares e pessoas em Estados e cidades diferentes.

Já os pontos negativos, segundo ele, seria a ganância de algumas pessoas. “Os rodeios estão cada vez mais profissionais e algumas regras,  em minha opinião, não ajudam e é mais por birras ou egos de uma minoria”.

Sua rotina é dura e cansativa, basicamente resumida em viagens para rodeios, mas conta que procura sempre reservar um tempo para ficar com a família, afinal Papapa é já é pai de uma menina. “Procuro me preparar para outra semana, viagens que para mim são longe, rotinas de aviões estradas e aeroportos, são diários”.

O laçador que mais admira, mesmo já tendo falecido é Ronaldo Rodrigues, o qual ele havia apelidado de fenômeno. Já sobre narradores ele cita Zé Paim, Nilson Hofmam e Sassa Leite. Segundo ele, as finais mais emocionantes que narrou foram Vacaria, Seleção do RS no CLC, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul e Porto Alegre.

Quando questionada sobre a responsabilidade que carrega de precisar tocar o rodeio e ainda assim transmitir a emoção do rodeio ao grande e pequeno público, Papapa diz que narra com sentimento. “Ver eles se emocionarem até quando perde a laçada, isso pra mim é algo sem explicação, tenho uma narração forte marcante e única, algo realmente divino”. Ao todo já são 12 Estados do Brasil que Papapa já narrou.


Sua mensagem: Para quem esta iniciando eu digo que sonhe e que  vá devagar, com calma, que não narre um e pense que é mestre ou celebridades. Tudo Deus escreve e indo ao natural, e se tiver responsabilidade e talento irá longe, caso contrário, não.
E sobre carisma admiração e ser popular acho que nasce com isto porque vejo que muitos podem ser consagrados, podem vencer como narrador, mas ser popular e carismático, isso é para  bem poucos.



segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Tempos modernos para os Rodeios



Todo final de semana acontece um rodeio. Pelo menos em todo o conto do Brasil. Em toda a parte do Rio Grande do Sul, em uma parte de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás, enfim, são tantos os lugares que apreciam e cultivam o laço comprido que posso ser injusta se ter esquecido algum. E que bom saber que ele é tão querido por tanta gente e que, inclusive, é profissão de muitas pessoas.

 Isso nos mostra que apensar de tantos anos, ele ainda é presente na vida de milhares de brasileiros, e que através desse esporte, famílias se formam, amizades nascem e se criam filhos nesse meio de rodeio. Ah, o rodeio! Os nossos rodeios! O protagonista desse esporte tão admirável. No entanto, uma lástima saber que em tempos atuais, em que a ganância pelo dinheiro fala mais alto, a inveja aumenta, o interesse dobra, e no que tinha tudo para continuar sendo exatamente como era antigamente, mudou e mudou negativamente. 

Mas para ser mais bem compreendida e não má interpretada peço a tua atenção, caro leitor. Nos rodeios de hoje, falando sobre os daqui do Sul – pra não generalizar e nem ser injusta, já que eu não posso falar de rodeios em estados que não fui – vou lhes explicar. No tempo em que eu ainda era um “toco” de gente, mas que muitos de vocês que estão lendo pode ter passado por esse tempo, o gado dos rodeios era emprestado. Aquele negócio de fazer rodeio por amor, por gostar de reunir os amigos e as pessoas da volta, sem pensar em fins lucrativos, existia. Hoje, não mais.

Nos dias de hoje, o rodeio é pensado fixamente no lucro e no bom movimento. Muitos organizadores estão pensando muito mais na entrada do que nas inscrições, porque o que importa é o lucro livre que vem dali. Outra coisa que aqui no Sul tem bastante, principalmente, nos rodeios menores, é a “rivalidade”. Sim, isso mesmo. O que era pra ser um esporte saudável se torna um ponto de rivalidade entre laçadores. Mas não dá pra generalizar. O que mais me entristece é ver que essa competência vem, na maioria das vezes, das gurias. Ó laço perfumado, quanta oposição, hein? 

Acontece muito daquele interesse sobre uma pessoa que laça bem e querer forçar uma suposta amizade. Os que não laçam “bem”, são taxados como “ruins” e deixados para escanteio, já que ali não há interesse. Tem também aquelas que olham diferente para um Thaian da vida justamente por ser o famoso Thaian. Mas o mais engraçado disso tudo é que os “famosos” de verdade, que tem nome por viverem somente dessa profissão de laçador, e serem consagrados com o esporte, não são assim. E isso só me faz ficar ainda mais certa de que quem tá lá em cima é porque realmente merece. Os que estão aqui embaixo, mas com a cabeça lá em cima, mergulhando no interesse, vão continuar embaixo. 

Este texto serve de desabafo, mas claro que aqui tem também muita gente boa e humilde, que não precisa de interesse ou usar alguém que lace bem pra adquirir status. São poucos, mas ainda existem pessoas que honram o nossos rodeios e o nosso laço comprido, como eles eram antigamente. As outras não me representam. 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Luis Paulo Lamaison – bi imperador do gado mocho



Nascido em Rio Brilhante – MS, mas atualmente residindo em Passo Fundo – RS, Luis Paulo Lamaison, aos 27 anos, já laçou em 9 estados brasileiros . Consigo, carrega uma humildade e simplicidade invejável e, em especial, uma história que merece um espaço aqui. 

Com uma cordinha na mão e uma vaca parada a sua frente, aos 5 anos, começava a trilhar sua história no laço comprido. Foi ali que o gosto pelo cavalo e pelo o que seria o seu futuro esporte e profissão, começaram a surgir e a ficar cada vez mais forte – o que fez sua estreia em rodeios ser aos 10 anos.

Seu pai foi seu maior incentivador para seguir no laço. “Foi seguindo seus passos e lhe acompanhando que iniciei essa longa trajetória nos rodeios que continua até hoje. Por um problema de saúde no braço hoje já não participa mais com tanta frequência”.
E na virada do ano, no dia 01/01/01, Lamaison recebeu um presente de seu pai, que o marcou muito e continua em seus campos: o cavalo Milênio. Segundo ele, este foi o cavalo mais especial que teve até hoje. "O pouco que sei aprendi nele e com ele a mais de 10 anos é meu companheiro, mansidão e lealdade são suas maiores qualidades. Juntos conhecemos o Brasil”, destaca.

Ele também cita suas vitórias mais marcantes. “Todas são muito especiais, cada vitória uma história, até mesmo um simples título tem muito valor, mas não deixo de relembrar o primeiro rodeio da fazenda volta grande que no mesmo rodeio ganhei um carro e o imperador do laço, e no segundo ano o bi do imperador no gado mocho”.
Lamaison revela que hoje em dia não tem mais tempo para treinar, já que tem uma rotina de rodeios de quinta a domingo, mas que, ás vezes, treina uma vez por semana. Quando esta em casa ajuda seu pai na selaria, arruma seus laços, treina e aguarda o final de semana para fazer o que mais gosta. 

Os rodeios que mais o marcaram foram do CTG Os Praianos, CLC, Rolantchê e o rodeio da fazenda Volta Grande SC. E diz ter vontade de ir ao rodeio de Santiago – RS, por ter ouvido falar muito bem da organização e gado de boa qualidade, e pretende ir esse ano. 

Diz admirar muito como laçador e pessoa Ademar de Lima, pelo fato de ter crescido ouvindo seu nome nas finais. “Habilidade e humildade ele tem de sobra”. Lamaison também diz gostar de narradores que narram com o coração e que passam emoção aos laçadores e menciona Eduardo Bartz, Papapa, Miguel Pereira e Marco de Porto Alegre.
A mensagem que deixa aos leitores é a seguinte: gostar muito, treinar bastante, se dedicar, fazer muitas amizades e ter muita fé em Deus. Levar a sério como um compromisso e não só diversão, e nunca se esquecer da humildade essa é essencial para o sucesso. A caminho de um laçador é como uma escada sobe um degrau cada vez, se tentar subir todos de uma vez só, pode cair e ter que recomeçar novamente. 


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Priscila Jardim - campeã Duelo de Anita



Começou a montar a cavalo com 10 anos e a laçar com 12, sendo que no mesmo ano conquistou seu primeiro troféu no laço prenda. Estamos falando de Priscila Jardim, 24 anos, nascida na cidade de Portão – RS. Ela conta que, naquele tempo, só disputava o laço prenda porque não saía muito para rodeios maiores, e era difícil de ter essa modalidade para poder laçar. “Quando comecei lembro que eu ficava no brete com a armadinha pronta pra quando terminasse a final e soltasse o gado eu pudesse jogar uma armada, esse era o meu treino.”

Ela confessa que quem começou a se interessar pelo esporte foi seu irmão. “Então meu pai o incentivou e começou a laçar também e eu vendo eles segui o mesmo caminho, foram eles que me incentivaram e meu irmão foi me dando algumas dicas para melhorar.”

E foi com essa força de vontade de laçar que os títulos de grandiosidade começaram a chegar, incluindo o de mais relevância para ela. “Não tem como não falar do primeiro carro que ganhei na vacaria em 2014, foi um sonho realizado e que nunca será esquecido aquele dia, foi então que vi que nada é impossível, temos que acreditar. E também esse ano tive o prazer de sair campeã do Duelo de Anita que aconteceu em julho em Santa Catarina, numa disputa bem acirrada,  e que eu queria muito esse título, foi lindo também, a final foi um show”.

E essas vitórias, na verdade não são pelos treinos, mas sim de talento mesmo, até porque quem sabe faz ao vivo. Priscila confessa treinar raramente durante a semana e que seus treinos são nos rodeios. O melhor rodeio que a jovem já foi, foi o de Vacaria – RS, mas diz ter vontade de ir no rodeio de Santiago – RS. “Ouvi falar muito bem do rodeio lá, e ainda não tive a oportunidade de ir laçar para aqueles lados”.
A mensagem que deixa é a seguinte: Em primeiro lugar, acho que de tudo na vida não só no laço, mas em qualquer coisa que tu for fazer vem a humildade. E temos que acreditar nos nossos sonhos, temos que ser do tamanho deles, e ter muita fé.