terça-feira, 16 de maio de 2017

Rafael Calegari - campeão da América

Há exatamente 15 dias, Rafael Calegari, natural de Florianópolis – SC realizou seu grande sonho: se consagrou um dos campeões do Rodeio Internacional do CTG Os praianos, em São José – SC. Ele que começou a laçar com sete anos, por influência de seu pai, hoje é Engenheiro Civil, e um eterno apaixonado pelo laço comprido. Rafael relembra dos cavalos que foram especiais para ele, como o cavalo gateado que o ensinou tudo o que sabe, mas que já se foi, e também a égua rosilha, que era sua fiel companheira. “Ela me acompanhou durante sete anos nas pistas de rodeio, mas hoje ela esta solta no campo”, diz.

Ele diz que o rodeio do caminhão, realizado pelo CTG Os praianos, foi o melhor em que já esteve presente. O que ele ainda pretende ir é em rodeio em Jatai. “Não tive a oportunidade de ir ainda, mas quero conhecer essa baita festa”, afirma. Quem ele admira na narração é o narrador Gilberto Guazelli, o Papapa, do Rio Grande do Sul. “A  mais de 20 anos narrando e sendo sempre um dos melhores”. Como laçador, ele cita Sebastião de Moraes, de São José – SC. “Tive a honra de laçar dois anos com ele e aprendi muito do que sei com ele”. A prenda que ele diz tirar o chapéu por sua habilidade no laço é Ariane Soares, do RS.

Como sua vitória mais marcante, ele não esconde a alegria e orgulho em citar a laçada principal do rodeio, no laço dupla internacional, que ao lado de Ivo Neto saíram campões, no CTG Os praianos. Planos para o futuro ele tem, e diz que quer continuar batalhando e conhecendo os rodeios de todo o Brasil e continuar laçando com seu parceiro de dupla, Ivo neto.

Os pontos negativos que Rafael vê nos rodeios são em relação as laçadas. “Em Santa Catarina acho errado as laçadas por pelotões, e acho que deveria acabar. No Rio Grande do Sul, não acho certo o encurtamento de raias nas laçadas dos principais rodeios. É só ter planejamento que tudo sai corretamente”, avalia.


Sempre acreditar, sempre treinar para ser um grande laçador, não desistir, não querer ser melhor que ninguém e sempre querer ganhar de si mesmo. Pois o seu maior rival é você mesmo. (Rafael Calegari)

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Para o dia das mães, entrevista com Tuca Soares




Que Tuca Soares é mãe de Ariane e Alan Soares todo mundo sabe, mas será que todos sabem que ela é uma mãe muito orgulhosa e babona dos filhos que tem? Nos dias que antecedem o dia das mães, hoje a nossa entrevistada é Tuca Soares. Ela conta que sempre foi apaixonada por rodeio e seu sonho era que o Alan também gostasse e viesse a participar. “Então ele foi crescendo e tomando gosto pelos cavalos e laço”. 


Ela também conta que sempre o incentivou e fazia ele atirar 100 armadas por dia na vaca parada. “Se errasse muitas atirava mais 50, acho que fui cruel, mas valeu a pena. Hoje é um dos melhores do Brasil”, conta ela. Quando questionada se teve medo do Alan começar a laçar ainda pequeno, ela afirma que não. “Nunca tive medo de nada. Ele sempre montou bem. Dominava bem os cavalos e o laço”.


Tuca cita duas vitórias do filho que mais a marcaram, como ser campeão da Vacaria, em 2010, e a conquista do Camaro, em 2016. “Todas conquistas são especiais, cada uma com emoção diferente, mas acho que ser os campeões da vacaria em 2010 foi muito marcante. É um sonho que todo participante almeja. Me senti muito feliz porque sabia que ele queria muito o título aquele ano. Algo que só Deus sabe o que senti no momento. E depois a conquista do Camaro que também vai ficar na história da dupla dos sonhos”, destaca. 

Ela diz que se sente abençoada por Deus por ter um filho maravilhoso e de bom coração. “Não por ser meu filho, mas ele é uma pessoa querida de uma humildade enorme. Não usa o dom que Deus deu para ser melhor que qualquer outro participante. Sempre fui uma mãe presente, acompanho os passos dele. Há 26 anos, sou fã número um”, diz. 

E sobre a Ariane?         
Segundo Tuca, por Ariane ser menina, foi a deixando mais à vontade. “Ela foi crescendo, vendo o pai e o irmão na lida e foi tomando gosto também, só que ela era diferente, as vezes estava bem dispersa do assunto, eu falava filha, vamos lá fazer sua inscrição? Ela dizia, hoje não estou preparada mãe, e não ia”. Então foi crescendo e se dedicando até por passa por um grave acidente no rodeio de Rolante. “Ela caiu de uma égua e uma outra passou por cima dela correndo. Nossa foi o pior dia da minha vida, perdi o chão, passamos por três hospitais. Os médicos me falavam para não deixar ela dormir, porque ela podia entrar em coma, devido a batida na cabeça”. 

Tuca diz que foram parar no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, e que ela chorava muito de dor e sono. Ariane havia quebrado a clavícula úmero. “Uma situação horrível, achei que perderia minha menina. Mas mesmo assim, não deixei que ela desistisse de laçar.  Em três meses já estava lá de novo incomodando para montar de novo”, conta. 

Tuca diz que se orgulha muito por Ariane ser a única guria a conquistar o título de braço de ouro do Rio Grande do Sul. “Única mulher a conquistar este título. Eu não estava presente no dia, mas acompanhei de casa. Foi um dia de glória saber que minha filha amada se consagrava a braço de ouro, no meio de tantos participantes da festa. Sendo que um ano antes ela havia perdido o título, para um peão da nossa entidade. Foi o melhor com certeza, inesquecível”. 

Resumindo aqui meus sentimentos. Agradeço a Deus por eles terem nascidos meus filhos, e gostaria que eles soubessem que o amor que sinto é incondicional, infinito. E se errei em alguma coisa, que me perdoem. Sou uma mãe orgulhosa e realizada com os dois. Amor eterno!



terça-feira, 9 de maio de 2017

Para o dia das mães, uma entrevista com Ina de Ávila



Ina de Ávila é mãe de Thaian e Thaina de Ávila, ambos dois grandes laçadores. Ina conta que Thaian começou muito cedo a laçar. “No inicio laçava os dedos do pai, que era seu grande incentivador”, com dois anos na época.  Depois, como conta ela, seu Jair de Ávila havia construído uma vaca parada, e então começou sua trajetória no laço comprido. “Eu sempre incentivava e ficava muito emocionada”, conta.
Dona Ina diz que na época moravam em Santa Rosa e iam todos os finais de semana a rodeios, para incentivá-lo. “Ele vinha se destacando em rodeios da região”.

 Ela lembra sobre o rodeio de Giruá e diz que não esquece nunca deste dia. “Ele tinha uns 3 para 4 anos, estava disputando vaca parada e perdeu. Chamaram os piazitos que ganharam para receber os troféus, então ele se abraçou em mim e falou baixinho mãe eu queria ganhar um troféu. Eu disse a ele que naquele ano ele não teria ganhado, mas para treinar e que no próximo ano ele ganharia, e depois disso, por vários anos foi campeão em Giruá”, relembra. 

Como toda mãe orgulhosa dos filhos que tem, Ina diz que era lindo de ver ele pequeno disputando com os adultos e que faziam torcidas na arquibancada. “Foram muitas alegrias, sempre estávamos juntos”. Uma vitória do Thaian que a marcou muito foi ver ele campeão da Vacaria e do Duelo dos Titãs, em Mariana Pimentel. “Na época eu estava fazendo um tratamento de saúde e estava acamada. No mesmo dia ele conquistou o duelo oferecendo para mim a vitória com a música mãe campeira, e ainda laçou a vaca Shakira, ganhando ela como prêmio”, destaca. 

Quando questionada sobre o orgulho e a sensação de ser mãe de um dos maiores laçadores do Brasil, conhecido pela sua humildade, Ina diz que só tem a agradecer a Deus. “Agradecer e pedir proteção por todos os lugares que ele vá por esse Brasil, já que não posso estar sempre junto como fazíamos antes em família. Só quem o conhece de perto sabe o coração que tem. Te amo, meu filho”. 

Sobre Thainá de Ávila
Ina conta que Thaina seguiu os passos do irmão, que sempre foi um espelho, mas seu mestre foi seu pai. Ela diz também que na época poucas meninas laçavam e o próprio Jair que começou a ensinar a turma de gurias. “Com 5 anos em diante, ela foi pegando gosto e foi se aperfeiçoando”. Mas ela lembra que já levou alguns sustos devido alguns acidentes envolvendo a filha e cavalos. “Com dois anos ela caiu da égua e com oito anos sua égua enfiou a pata num buraco e caiu por cima dela trincando a perna, mas nem isso tirou seu gosto por rodeios”. 

Ela comenta que sempre teve orgulho de Thaina por se superar e mostrar que com dedicação tudo é possível. A vitória da filha que mais a marcou foi ser campeã em Vacaria, já que foi um sonho realizado. Comenta também que Thaina estava afastada dos rodeios por estar cursando zootecnia e durante este tempo foi a poucos rodeios. “E mesmo estando oito meses sem laçar, foi na cidade de Cachoeira do Sul e se consagrou imperatriz do laço”, conta. 

Ina diz que fica feliz de vê-la voltando para os rodeios com seu irmão e que se sente muito contente por ter ido na final do Crioulaço, em Esteio, ver seus filhos laçarem. “Me superei em ir para arquibancada depois de tanto tempo, e foi muito bom novamente estar junto deles. Reencontrei muitos amigos que fizemos nos rodeios".

Quero nesse dia das mães, agradecer por ter Thaian e Thaina como meus filhos. Vocês são tudo que sonhei pra mim. E nem que passe muitos anos eu sempre estarei aqui para amar vocês. Continuaremos assim depois de uma ligação ou um até logo, sempre dizendo te amo um para o outro. 
Texto: Caroline Silva