Nenhum pouco tímido, Tayan da Costa Marques, me respondeu tudo por áudio. Com uma voz doce de uma criança de 11 anos, ele conta que começou na vaca parada com 4 anos. Em seguida partiu pra vaca mecânica e para o gado, sempre com o incentivo dos pais e avós. Mas aprendeu mesmo a andar a cavalo com a pitiça colorada. Recentemente, na Fecars – Festa Campeira do Rio Grande do Sul, em Esmeralda – RS, o menino foi campeão do Braço de Ouro, competindo de igual para igual, ao lado de gente grande.
E essa foi a vitória mais marcante de sua carreira, pois segundo ele, não imaginava que conseguiria chegar até a final. “Lá eu ia laçando e a torcida ia comemorando na arquibancada, e também depois quando eu fui campeão me atiraram no barro”, lembra Tayan.
O menino que está no quinto ano do ensino fundamental, cumpre sua rotina escolar normalmente, como qualquer outra criança. Vai para a escola todos os dias, mas quando não está estudando, aproveita para treinar com o pai. “Durante a semana eu ajudo meu pai a tirar os cavalos, e ele puxa a vaca mecânica pra mim ou ele coloca uns terneiros de treino pra mim treinar”.
Tayan diz admirar como narradores Juliano Viegas e Tiago Baggiotto. Como laçadores ele menciona Alan Soares e Thaian de Ávila. Além disso, diz que conversa frequentemente com Thaian. “A gente conversa bastante e eu só espero que um dia eu chegue no nível de laço dele e ganhar tudo que ele já ganhou”.
Na disputa do Braço de Ouro, os laçadores Matias Harttman e Fernando Mendes, deixaram de disputar o título para realizar o sonho do Tayan. Ele e toda a família são muito gratos aos rapazes pela atitude. “Tanto para mim quanto para meu marido, quando ele ficou entre os três, nós começamos na arquibancada a nos abraçar e chorar porque nós imaginávamos que ele ia dar o máximo dele para chegar até a final. Mas a atitude do Fernando e Matias foi linda”, comenta Kelly, mãe do Tayan.
Kelly também conta que a emoção foi geral pela vitória e pela atitude da dupla. “Acredito muito em um melhor por existir pessoas assim como eles, cada vez mais agradeço a minha família e a família do meu marido por terem escolhido este esporte. Essa vitória do Tayan é dedicada ao meu pai Egídio Andrade, e ao meu sogro Manuel Marques, já falecido, pois foi assim que eu e o maninho nos conhecemos e tivemos esse menino braço de ouro.”
Já o Tayan encerrou a entrevista me encantando mais ainda. “Boa noite, muito obrigado pelas palavras, se precisar é só chamar. Não foi incomodo, gostei de responder as perguntas que tu me fez”.
Texto: Caroline Silva
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