Beto Soares – da paixão pelo laço ao orgulho dos filhos


        Foi a própria lida do campo que despertou o gosto pelo cavalo e pelos rodeios em um dos ícones do laço comprido: Beto Soares. “Meu pai era capataz de fazenda e me criei no meio. Começamos a ir aos rodeios, que não eram muitos, mas ele foi me incentivando”, lembra. Com o passar do tempo os títulos foram surgindo, e um dos mais importantes para o laçador foi na cidade de Rolante – RS, onde pela primeira vez em uma disputa foram dadas 30 voltas de laço. Na laçada Beto foi campeão junto com Zé Paraguai, ficando conhecido como Beto 30.  

      Beto é pai de Alan Soares e Ariane Soares, ambos vistos como os melhores do Brasil no laço comprido. Para ele, é motivo de orgulho os filhos seguirem o seu caminho e seus ensinamentos. “Não tenho palavras para descrever a felicidade que a gente tem”. No momento da entrevista Ariane, que estava acompanhando, aproveitou para ressaltar que o pai nunca disse que ela e o irmão são os melhores, o que enxerga como ponto positivo. “Nunca na vida ele falou que a gente é bom, ele diz que sempre temos o que aprender”, diz Ariane.

     Ainda falando sobre os filhos, ele lembra sobre o começo no laço dos dois. “O Alan tinha que atirar 100 armadas por dia na vaca parada, e a nega nunca gostou de laçar na parada. O Alan quando tava achando que tava laçando muito quis balaquear e então levei para três rodeios sem cavalo e deixei limpando o meu laço e dos nossos amigos. E aí nunca mais ele falou que laçava muito”, revela Beto.

    Para a família, o animal mais especial e diferente dos outros foi a égua Pitanga. “O Alan laçava muito com ela, era o xodó dele, e quando eu tava começando a laçar deu cólica na égua e ela morreu, mas marcou muito a nossa vida, pois foi com ela o começo de tudo”, comenta Ariane.

    Para Beto, o maior problema dos rodeios de hoje em dia é a raia curta e o custo alto dos rodeios. “Para mim no caso que sempre estamos mexendo com cavalo novo é a raia curta. Ficou caro para tratar e encilhar um cavalo. Para o profissional também ficou ruim por causa dessas paração que obriga o laçador parar e ás vezes não tira as despesas”. Segundo ele, antigamente os rodeios eram melhores na questão do gado, pois era xucro e melhor de laçar.

Em primeiro lugar tem que ser humilde, treinar muito, se dedicar, ter um bom cavalo e um bom laço. Ter humildade para tentar aprender com quem sabe, sentar na cerca e olhar os que admira. Mas se não tiver humildade não vai para frente (Beto Soares).

Texto: Caroline Silva
Foto: Fagner Almeida



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Romário Bispo