Amanda Rossa – do futebol para as pistas de laço


Natural de Campo Largo – PR, Amanda Rossa, aos 21 anos, é mais uma das nossas personalidades do laço comprido, embora tenha uma das histórias mais curiosas que já contamos aqui. A jovem, além do laço comprido, também tinha outra paixão: o futebol. E quase que seguiu por esse caminho, pois ganhou bolsa de estudos para jogar fora. Mas o coração bateu mais forte pelo laço, embora tenha ficado dividida e tenha passado por alguns obstáculos, até enfim, se doar totalmente a esse esporte. Dificuldades como, por exemplo, ganhar a confiança de sua mãe, que tinha muito medo que ela laçasse, por conta dos perigos e riscos. “Gostava de jogar futebol, mas a vontade de laçar sempre foi maior”.

Mas o gosto e o interesse surgiram ainda em pequena, quando acompanhava seu pai nos rodeios e torneios, que ele fazia toda quarta-feira. “Eu ficava só na espera de acabar o gado para ajudar com o retorno que era feito por dentro da pista”, comenta. No cavalo, começou a laçar com oito anos, porque antes as armadas eram escondidas por conta do cuidado de sua mãe. Mas nada que não fosse selecionado. “Até que um dia ela chegou na chácara e me pegou dentro da cancha a cavalo e laço na mão, me fez ir embora na hora, mas com o tempo ela foi se acostumando com a ideia”.

Amanda guarda boas recordações da égua que iniciou laçando, que segundo ela, era muito mansa, mas hoje está com 24 anos e solta no campo. Das vitórias que mais a marcaram, ela cita Porto Alegre, em 2012, onde ofereceu um prêmio até então inédito, só para as prendas no valor de R$ 13.000 em dinheiro mais um reboque de cavalo para cinco finalistas, e teve um total de 198 prendas escritas. Outra marcante para ela foi na inauguração da pista coberta em Paraíso do Norte, na qual conquistou sua primeira fivela.

Ela também cita alguns laçadores que admira pelo nível de laço, como Cássio Pianaro, Alan Soares, Thaian de Avila, Toral Jr, Luan da Silva, Duzinho Biazon e Gilson Santos. “Admiro as armadas deles, a lista ficaria enorme se fosse citar todos aqui”. No laço feminino, considera o RS com o melhor nível de laço prenda, como Thainá de Avila e Ariane Soares. E arrisca dizer que uma promessa do laço futuramente é a paranaense Izabela Medeiros. Dos narradores, destaca a voz de Fabinho Lopes, Miguel Pereira, Papapa e Eduardo Bartz. “Admiro estes pela a agilidade de conduzir os rodeios, as emoções que transmitem nas finais e o respeito que possuem com os laçadores”.

Fora dos rodeios, sua rotina é voltada aos estudos, pois cursa Engenharia de Produção e trabalha na Escola Construtiva, Educação Infantil e Ensino Fundamental. “Devido a essas atividades, meus treinos são limitados, tento aproveitar ao máximo nas férias e nos finais de semana”. E já faz planos para o seu futuro. “No futuro, pretendo continuar estudando, fazendo o que gosto atualmente e frequentar os rodeios onde laçar me proporciona um esporte prazeroso e que me dedico com amor”.

A jovem cita uma final como mais dificultosa em Paranaguá, conquistando uma moto e uma laçada individual. “Era uma modalidade aberta, disputada junto com os homens e havia chovido muito, o que contribuiu para deixar a pista em péssimas condições”, conta. O rodeio que ainda pretende ir é em Caverá, por já ter ouvido muitos elogios do gado de lá. Sobre os melhores rodeios que já foi, ela arrisca a citar mais de um para não ser injusta. “Considerando estrutura, organização, prêmio e gado, foi o CLC, final de Federação Gaúcha em Triunfo e Paraíso do Norte”. E também comenta sobre os pontos negativos de alguns rodeios. “Certos rodeios devido à má programação iniciam e terminam as disputas muito tarde, podendo prejudicar a viagem de retorno aos lares e, num patamar maior, ocorrer acidentes devido ao cansaço”.

Deixo como mensagem que todos nós precisamos ter fé em Deus, se dedicar ao esporte que gosta, cultivar as amizades feitas dentro e fora de cancha, confiança em si mesmo, pois acredito que se for pensando em ganhar, você pode até perder, mas se for pensando em perder, jamais ganhará, porém sempre com humildade e pés no chão, pois, até mesmo os bons laçadores de hoje já foram amadores um dia.

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Romário Bispo