Tempos modernos para os Rodeios
Todo final de semana acontece um rodeio. Pelo menos em todo
o conto do Brasil. Em toda a parte do Rio Grande do Sul, em uma parte de São
Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás, enfim, são tantos os lugares que apreciam
e cultivam o laço comprido que posso ser injusta se ter esquecido algum. E que
bom saber que ele é tão querido por tanta gente e que, inclusive, é profissão
de muitas pessoas.
Isso nos mostra que
apensar de tantos anos, ele ainda é presente na vida de milhares de
brasileiros, e que através desse esporte, famílias se formam, amizades nascem e
se criam filhos nesse meio de rodeio. Ah, o rodeio! Os nossos rodeios! O
protagonista desse esporte tão admirável. No entanto, uma lástima saber que em
tempos atuais, em que a ganância pelo dinheiro fala mais alto, a inveja aumenta,
o interesse dobra, e no que tinha tudo para continuar sendo exatamente como era
antigamente, mudou e mudou negativamente.
Mas para ser mais bem compreendida e não má interpretada
peço a tua atenção, caro leitor. Nos rodeios de hoje, falando sobre os daqui do
Sul – pra não generalizar e nem ser injusta, já que eu não posso falar de
rodeios em estados que não fui – vou lhes explicar. No tempo em que eu ainda
era um “toco” de gente, mas que muitos de vocês que estão lendo pode ter
passado por esse tempo, o gado dos rodeios era emprestado. Aquele negócio de
fazer rodeio por amor, por gostar de reunir os amigos e as pessoas da volta,
sem pensar em fins lucrativos, existia. Hoje, não mais.
Nos dias de hoje, o rodeio é pensado fixamente no lucro e no
bom movimento. Muitos organizadores estão pensando muito mais na entrada do que
nas inscrições, porque o que importa é o lucro livre que vem dali. Outra coisa
que aqui no Sul tem bastante, principalmente, nos rodeios menores, é a “rivalidade”.
Sim, isso mesmo. O que era pra ser um esporte saudável se torna um ponto de
rivalidade entre laçadores. Mas não dá pra generalizar. O que mais me entristece
é ver que essa competência vem, na maioria das vezes, das gurias. Ó laço
perfumado, quanta oposição, hein?
Acontece muito daquele interesse sobre uma pessoa que laça
bem e querer forçar uma suposta amizade. Os que não laçam “bem”, são taxados
como “ruins” e deixados para escanteio, já que ali não há interesse. Tem também
aquelas que olham diferente para um Thaian da vida justamente por ser o famoso
Thaian. Mas o mais engraçado disso tudo é que os “famosos” de verdade, que tem
nome por viverem somente dessa profissão de laçador, e serem consagrados com o
esporte, não são assim. E isso só me faz ficar ainda mais certa de que quem tá
lá em cima é porque realmente merece. Os que estão aqui embaixo, mas com a
cabeça lá em cima, mergulhando no interesse, vão continuar embaixo.
Este texto serve de desabafo, mas claro que aqui tem também
muita gente boa e humilde, que não precisa de interesse ou usar alguém que lace
bem pra adquirir status. São poucos, mas ainda existem pessoas que honram o
nossos rodeios e o nosso laço comprido, como eles eram antigamente. As outras
não me representam.
Tempos modernos para os Rodeios
Reviewed by Entre os Tentos
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