"Para mim foi triste", diz patrão do rodeio de Vacaria sobre cancelamento do evento

Nesta terça-feira (03) o mundo do laço comprido recebeu a triste notícia do cancelamento do 34º Rodeio Internacional de Vacaria, que estava marcado para ocorrer de 29 de janeiro a 6 de fevereiro de 2022. A decisão foi da atual patronagem do CTG Porteira do Rio Grande. Devido a grande repercussão da notícia, o blog Entre os Tentos realizou uma entrevista exclusiva com o patrão Elvio Guagnini Rossi. Confira: 


1) Muitos falam de por que não fazer o rodeio em 2023. Teria essa possibilidade ou realmente só em 2024? 

Elvio: Em julho de 2022 tem a troca da patronagem e aí o próximo patrão decide se vai fazer ou não, mas pelo  que a gente vê do rodeio e conhece, provavelmente não. A gente não anuncia uma nova data porque eu não tenho mais tempo como patrão e aí eles decidem. 

2) O avanço da vacinação não foi um fator importante para o não cancelamento? 

Elvio: Eu particularmente tenho muita incerteza e insegurança porque o rodeio da Vacaria é muito grande, no último evento contabilizamos mais de 300 mil pessoas, delegações de mais de 17 estados da federação brasileira, Argentina, Paraguai, Chile, Uruguai, é uma festa onde qualquer tipo de protocolo fica difícil de controlar. Estão retornando outras festas como a Expointer com limitação de público e eu não vejo o rodeio da vacaria com limitação de público. A decisão foi tomada em respeito a vida, aos profissionais da saúde, precaução, cuidado, respeito a família. Como eu vou controlar a entrada de pessoas nos bailes? Na arquibancada da gineteada? Uma coisa é um torneio de laço com 150/200 inscrições, isso é um tipo de festa. O rodeio de Vacaria é uma festa que não conseguimos fazer sozinhos, precisamos de muitas pessoas, e não nos sentimos a vontade de bater na porta dessas pessoas para pedir ajuda. O principal motivo é essa insegurança de não sabermos como vai estar até lá e não podemos fazer um rodeio com limitações e protocolos. Respeito a opinião de todos, mas temos nossa conduta de vida. 

3) O que representa a não realização da vacaria para você e para o laço comprido? Todos lamentam muito, mas imagino que para você na condição de patrão não foi fácil tomar essa decisão. O que tem a falar sobre isso?

Elvio: Para mim foi triste, uma decisão muito difícil, pensamos muito, conversamos muito, consultei autoridades locais, não foi uma decisão tomada somente pela patronagem e chegamos a essa conclusão que o prejuízo seria maior, imagina se cancela em uma semana antes do rodeio? Respeitamos todos os tipos de eventos, mas o modelo do rodeio de Vacaria eu acho que não pode ser mudado. O prejuízo é enorme tanto cultural quanto financeiro. O rodeio movimenta muitos setores, mas sempre aquela premissa pela vida.

O patrão Elvio que se despede da patronagem em julho do próximo ano também aproveitou para anunciar uma laçada promovida pelo CTG Porteira do Rio Grande em fevereiro. "De 4, 5 e 6 de fevereiro estaremos fazendo uma laçada com inscrições limitadas, com os protocolos a serem seguidos, um evento de mais fácil controle", conta. 



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Romário Bispo